quinta-feira, 10 de julho de 2008

Panorama da Fotografia Pinhole no Brasil - Out./2006

A fotografia pinhole está presente no Brasil desde os anos 60, mas de forma muito tímida. Nunca foi encarada com seriedade, principalmente pelos (próprios) fotógrafos brasileiros. Os trabalhos com essa técnica foram explorados mais por artistas (autoral) e pesquisadores (científicos). Infelizmente não existe um registro que reúna e discuta essa técnica (e mais precisamente essa fotografia), um levantamento histórico. Até hoje nada foi publicado além de catálogos, notas em jornais, uma ou outra citação em livro, mas nada muito consistente. Em virtude de toda essa carência, eu vim a criar a primeira publicação eletrônica em português, que foi o site/manual da pinhole (www.eba.ufmg.br/cfalieri/index.html), ativo desde 1997. Porém falta ainda um trabalho de pesquisa, um levantamento histórico, que mapeie essa atividade e aqueles que com ela se envolvem. Falta uma maior consciência por parte dos historiadores da fotografia que apenas a entende como uma atividade lúdica, introdutória em cursos de fotografia.
Hoje, com a radical mudança dos processos fotográficos, a fotografia pinhole se distancia ainda mais da nossa realidade. Os materiais e produtos fotográficos estão cada vez mais escassos no mercado, levando a fotografia a um automatismo que vai na contra-mão de um sistema artesanal e (ou) alternativo de fotografia pinhole. Isso, claro, não quer dizer que com a fotografia digital a pinhole tenha chegado ao fim. Com certeza também se é possível trabalhar com a pinhole num sistema digital, porém muda-se tudo. Mudam-se os conceitos e as práticas.
Sobre os ativistas em pinhole, foi a partir dos anos 80, com o surgimento da Internet que foi possível criar um elo, uma teia ligando várias pessoas no Brasil (e também no resto do mundo) que trabalham com fotografia estenopeica, ou pinhole. A partir de então surgiram grupos como o Lata Mágica em Porto Alegre, grupos em São Paulo (Neide Jallageas, Paulo Angerami, entre outros...), no Rio, em Belém (com o Miguel Chicaoka), Belo Horizonte (Latanet, eu + Escola de Belas Artes/UFMG). Existem hoje diversos projetos no Brasil envolvendo a fotografia de furinho, principalmente na área de educação. Falta mesmo é quem colete esses dados, reunindo as informações e defina assim a história desse processo alternativo e seus “pioneiros” da (velha) fotografia.

5 comentários:

Augusto TM disse...

Indiquei o seu blog para o Prêmio Dardos. Verifique em minha postagem o que é e como funciona. http://toque-musical.blogspot.com/2009/01/prmio-dardos-outros-agradecimentos.html

Unknown disse...

Olá Cleber. parabéns pelo seu blog.
E obrigado pela citação na entrevista.
Abração,
Fábio

Eduardo Almeida disse...

Legal, eu estou estudando o tema há pouco tempo. Nunca dei o devido valor a pinhole principalmente por esse valor lúdico e introdutorio que recebe a pinhole, equivocadamente.

Poremm, num cenário digital em que o progresso e o avanço tecnologicos não trazem junto um ganho qualitativo, mas pelo contrário. Encontrei na pinhole, então, como uma evolução.

Unknown disse...

Gustavo Osmar santos
Estuvo aquí..wonderfull.

Pinecone Stew disse...

Anything new?

Have a super weekend !